domingo, 28 de novembro de 2010

ponto de partida

Antes de qualquer coisa, acho que tenho que me apresentar melhor.

Que o meu nome é Lara, que tenho 21 anos e que sou de Salvador (como a DM9, olha que bonito) vocês já sabem. Mas acho importante falar também sobre o que eu já fiz e como eu cheguei até aqui.

Aos 10, fui questionada por minha mãe sobre o que eu queria fazer quando crescesse. Minha irmã respondeu, sem pensar: "médica". Eu travei. Parei para pensar em tudo que eu gostava na vida: fotos, barcos, golfinhos, viajar, escrever, somei tudo e respondi: "quero viajar o mundo em um barco fotografando golfinhos e escrevendo para a National Geographic".

Aos 10, triste, porque não ganhei um golfinho de aniversário

Acho que depois disso, comecei a inconscientemente trilhar o caminho que me levaria a tamanha aventura. Passei a ler tudo o que caía na minha mão, a escrever sobre qualquer coisa que eu achava minimamente interessante (tenho blog desde os 13), a querer ir para qualquer parte do mundo que alguém quisesse me levar. Vamos para Disney? Vamos. E pra Feira de Santana? Também.

Aos 17, entrei no curso de Comunicação - Jornalismo da UFBa, no qual estou me formando com um trabalho de monografia sobre Transmedia Storytelling. Aprendi na faculdade a apurar meu olhar para o mundo, a sempre buscar os múltiplos lados de uma história, contexto, ideia.


Aos 17, feliz da vida com a cara cheia de farinha de trigo

No terceiro semestre, comecei a estagiar no Grupo Metrópole. Foi onde aprendi a ser pau para toda obra. É preciso especializar-se, sim, mas é preciso saber fazer tudo também. Editei, produzi e escrevi para a Revista da Metrópole, assinei o caderno de cultura do Jornal, atualizei o portal, escrevi roteiro de programas de rádio, até ajudei a montar stand no Maxi Mídia Sat. Mas aprendi também que não gostava muito dessa coisa de jornalismo de redação. Eu me sentia claustrofóbica, presa.

Saí da Metrópole com uma passagem na mão: estava na hora de sair um pouquinho de Salvador. Já havia me formado e pós-graduado no inglês aos 15, e vinha estudando espanhol há dois anos. Viajei para Barcelona, onde me formei no nível C2 do espanhol e aprendi um tiquinho de catalão - atualmente estou no segundo ano de francês. Depois, com o dinheiro que eu tinha juntado, fiz um mochilão de um mês pela Europa: Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Holanda, Alemanha, República Tcheca, Itália e Mônaco. Nem as noites dormidas em trem, nem a comida barata foram tão difíceis quanto voltar para casa. Foi quando eu descobri que eu não tinha muitas raízes.

Aos 19, alguns quilinhos a mais de tortillas em Barcelona

Voltei, exausta e feliz, para colocar minha vida em perspectiva. Em abril, fiz um freela para a Box1824, recepcionando duas estudiosas norte-americanas que queriam saber tudo, tudinho, sobre hábitos de comportamento e consumo da população baiana. Era parte de um projeto global para o lançamento de uma nova marca de roupa em países em desenvolvimento. Na época, eu não sabia bem que nome dar àquela profissão, mas sabia bem que era aquilo que queria fazer.

Em novembro descobri: planejamento. Não era nenhum fotografar golfinhos, mas há tempo já tinha me tornado mais urbana e mais interessada em comportamentos, hum, mais humanos. Passei em uma seleção na Propeg, onde estagio há um ano, e me tornei planner. E eu amo ser planner. É um trabalho que preenche meu vício por novidades, que exercita meu racicínio e que cotidianamente me inspira. Planners são conhecidos pelo conhecimento inútil e pelo Power Point. Conhecimento inútil nada, o que aprendi no trabalho melhorou inclusive minha vida - sou mais verde, mais cidadã, mais responsável no trânsito. Do Power Point não me defendo.

Na Propeg - a maior agência do Norte/Nordeste e umas das 20 maiores do país - tenho a oportunidade de trabalhar com grandes contas, como os Ministérios da Saúde e das Cidades, a Insinuante, o grupo M. Dias Branco e a Odebrecht, entre outras. Mais do que isso: posso trabalhar fazendo o que mais gosto. Fuçando, esmiuçando, descobrindo, redescobrindo, repensando tudo que é novo, que é diferente, que é inspirador.

Foto indie com uma de minhas quatro irmãs em São Paulo

E foi nesse momento da minha vida que o projeto 99novas chegou. É o tipo de trabalho que une tudo o que eu gosto - escrever, viajar, fuçar, buscar tendências, novos comportamentos, mudanças, e compartilhar tudo isso - e, sem muita modéstia, sei fazer.

Nos próximos dias, vou dar início a uma série de posts sobre tendências, comportamentos, novidades que, de alguma forma, se conectam com a minha cidade. Não serão matérias sobre Salvador, mas sobre comportamentos globais que repercutem por aqui.

A barrinha superior do blog vai mudar todos os dias com fotos minhas de algumas partes do mundo. Quem quiser descobrir um pouquinho mais sobre mim, ajudo:

@lthomazini
facebook
flickr
une conne
confissões de uma otária

Até amanhã!

5 comentários:

  1. Ahhh, adoro transmedia! Já ouviu falar de Jeff Gomez?. Assisti no inicio do ano uma palestra dele bem legal sobre o assunto.

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  2. muito legal a iniciativa. esse blog promete!

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  3. Já sim, Bernardo! Uso mais Jenkins e Scolari como fontes da área. Se você gosta do assunto, sugiro o livro de Jenkins, Convergence Culture. Bem legal, fala sobre tudo que há de novo nessa vida. Meu trabalho é, na verdade, sobre transmedia storytelling nas ficções seriadas televisivas (comparo Heroes e Grey's Anatomy, falo um pouco sobre o assunto num post do Une Conne, olha lá). Apresento dia 10, depois disso vou disponibilizar e se você tiver saco pode ler. O primeiro capítulo é só sobre transmídia, convergência e cultura digital, pode interessar :)

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